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ARTE E
EDUCAÇÃO

Trabalho

Brincadeira

Como o trabalho pode ser atravessado pela espontaneidade da brincadeira? Poderia a brincadeira, tal qual o trabalho, ser pensada como uma atividade produtiva?

Cada vez mais, temos a consciência de que o mundo é competitivo. Entretanto, as mudanças atuais no ambiente do trabalho têm valorizado mais a cooperação do que a competição. À medida que as empresas demandam dos jovens profissionais as habilidades de trabalhar em equipe, as escolas, estimuladas pelo universo do trabalho, inventam formas criativas de promover uma aprendizagem cooperativa. Por outro lado, as clássicas provas, exames e exercícios são atividades que estimulam a competição entre estudantes e incentivam uma mentalidade empreendedora, podendo funcionar como uma maneira de se introduzir regras, burocracias e ferramentas que ainda regem a vida adulta. 

A educação, quando é orientada única e exclusivamente para o trabalho competitivo, antecipa regras e incentiva o discurso da eficiência: seguir tudo aquilo que foi prescrito com rigor nos torna supostamente vencedores. Dentro desse modelo, existe pouca abertura para a criação, para o improviso e para a brincadeira. Considerada como expressão livre da criatividade, a brincadeira, ao criar bagunça, confusão e discussão, é capaz de nos fazer improvisar e de nos surpreender. Ao contrário de jogar ou trabalhar, o ato de brincar contém uma liberdade coletiva que, ao mesmo tempo que pode ser inspiradora, pode ser desestabilizadora. 

O ideal, então, não seria uma total ausência de regras ou desconsideração das burocracias e mecanismos tão presentes e importantes no trabalho como atividade produtiva, mas sim o desenvolvimento da habilidade e a criação de possibilidades de se brincar, coletivamente, com elas.