Em questão de poucos anos, pudemos observar bem de perto a evolução da tecnologia: dos tipos móveis, passamos à máquina de escrever, dela para a máquina de calcular, até chegarmos à invenção do computador. Apesar da relação intrínseca entre tecnologia e progresso (que pode nos conduzir a um futuro conectado, mas individualizante), é importante entender a tecnologia para além de sua dimensão instrumental, como uma forma de relação entre nós e o mundo. A palavra tecnologia tem sua origem ligada ao termo “técnica”, que caracteriza a criação de processos e ferramentas que usamos para nos aproximar e entender melhor aquilo que nos rodeia – assim como a arte. 

Podendo ser definida como ciência do sensível, a arte sempre marcou a experiência humana como forma de nos expressarmos, nos comunicarmos e criarmos sentido para nossas vidas e, dessa maneira, se consolidou como uma importante ferramenta de conhecimento e de transmissão de valores. Ao longo da história, ela foi se caracterizando pelas técnicas disponíveis em cada época, como o desenho, a pintura, a escultura e a fotografia. 

Hoje, nossa experiência de mundo é marcada justamente pelos meios digitais e pelo mundo virtual. O uso de computadores, tablets e celulares é algo impossível de se ignorar, principalmente em sala de aula, o que abre inúmeras possibilidades de diálogo entre educação, arte e tecnologia. Uma vez conectada à tecnologia, a arte pode abrir caminho para desenvolvermos novos modos de olhar o mundo, atribuindo, em uma via de mão dupla, novas dimensões sensíveis à tecnologia.